Estudando em uma single-sex school: Roberto Xavier conta sua experiência

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O estudante Roberto Shamash Xavier, 17 anos, vive desde setembro de 2016, uma experiência única em Vancouver, no Canadá. Ele está fazendo intercâmbio em uma single-sex school, exclusiva para estudantes do sexo masculino, a St. George’s School.

Roberto conta que sempre recebeu da família estimulo para estudar no exterior. O irmão mais velho viveu a experiência primeiro, também na St. George, e teve certa influência na escolha do intercambista. “Quando decidi vir para fora, meu irmão queria que eu viesse para a St.George. No início, eu tinha algumas dúvidas, mas acabei topando”. Engana-se, no entanto, quem pensa que a opção foi apenas uma cortesia. “A minha ideia de intercâmbio passava por estudar em uma escola competitiva, que me preparasse bem para o futuro. Fiz algumas pesquisas e vi que a St. George é líder nesse quesito aqui no Canadá. Isso, somado à experiência e desejo do meu irmão, foram fundamentais em minha decisão”, ressalta.

A escolha acadêmica acabou, inclusive, superando as expectativas do estudante. A ideia inicial era passar apenas um ano fora do Brasil, no entanto, Roberto conseguiu a extensão do visto, e agora vai concluir o high school na St. George. E ele não pretende parar por aí. “O plano inclui permanecer no exterior para fazer faculdade”, conta.

Estudando em uma single-sex school

O intercambista revela que o grande diferencial de uma single-sex school em relação a uma escola tradicional é o método de ensino. A filosofia tem como base uma série de estudos que mostram que o aprendizado ocorre de maneira diferente entre homens e mulheres, reforçado pela experiência da St. George, que durante quase um século observa os impactos que uma educação centrada no sexo masculino tem em seus estudantes. “A instituição é totalmente voltada para o aprendizado, e o sistema é direcionado para a maneira como nós, homens, absorvemos conhecimento. Uma diferença marcante, por exemplo, é a carga horária. Aqui, ela é construída em cima da nossa dificuldade natural em manter a concentração por muito tempo. Por isso, as aulas são divididas em blocos, com intervalos de 15 minutos entre cada uma, para que os alunos descansem e retomem o foco”, ressalta o estudante.

Roberto fez questão de explicar que, ao contrário do que muita gente pensa, a escola não restringe o contato com as mulheres. “A St. George tem parcerias com o que chamamos de sister schools, escolas irmãs, voltadas para o sexo feminino. Participamos juntos de eventos culturais, esportivos, e outros tipos de projeto. A troca de experiências e colaboração é frequente”. Além disso, as mulheres também compõem o corpo acadêmico da instituição.

Rotina além da sala de aula

A St.George é uma boarding school, por isso, seus estudantes vivem no campus e respiram os conceitos e projetos da instituição. Roberto conta que, um dos principais pilares da filosofia da escola é a manutenção de um ambiente competitivo que estimule o crescimento dos estudantes. Além das aulas convencionais, a St.George oferece uma série de atividades extracurriculares, que variam entre esportes em geral, projetos no exterior, e clubs dos mais diversos. “São muitas atividades extra-classe, é impossível participar de todas. Aqui temos a opção de praticar todos os tipos esportes, viajar, e também ingressar nos diferentes clubs disponíveis. São 70, no total”. O favorito do intercambista é o de investimento, no qual um grupo de estudantes gere, ao longo de um ano, um fundo de 40 mil dólares canadenses. O objetivo é fazer o dinheiro render para que o programa seja auto sustentável. No final de cada ano, o valor acima dos 40 mil é doado para alguma instituição, e em seguida o ciclo se reinicia.

Roberto também chama atenção para o Bee Keeping Club, um clube de apicultura, e também o Public Speaking UN, que tem como base as simulações de fóruns e reuniões da Organização das Nações Unidas – ONU.

As viagens organizadas pela St. George também foram destacadas pelo estudante. “Já vi a escola oferecer excursões para o Japão, levar alunos mais velhos para um tour de rugby em outro continente, organizar um projeto de biologia na África do Sul, um tour de teatro na Europa, dentre outros”.

Sobre fazer intercâmbio

O intercambista, que vai para o seu segundo ano no Canadá, fez questão de ressaltar as diferenças entre a primeira fase do intercâmbio e a atual. “No primeiro ano, tudo é novidade, festa. O segundo ano você já está adaptado, e a experiência acaba te fazendo amadurecer de formas diferentes. Hoje, o crescimento pessoal e o orgulho que sinto de estudar na St. George School são os meus grandes motivadores”, conta.

Roberto elogiou muito à experiência de intercâmbio, mas não deixou de falar das dificuldades que viveu. “Não foi tão fácil assim me adaptar ao rigor acadêmico da instituição, por exemplo. No Brasil nunca tinha visto nada que chegasse perto do que eles oferecem por aqui”.

O balanço geral da vivência, no final das contas, é bastante positivo. “Eu não diria a melhor coisa, pois só tenho 17 anos e muito ainda por viver, mas foi, sem dúvida, a melhor escolha que já fiz na vida. O crescimento pessoal é gigante! Além disso, acho que dei muita sorte com o lugar, a época, e a cabeça com a qual eu vim. Se tivesse vindo um ano antes ou um ano depois, talvez as minhas percepções fossem completamente diferentes”.

E para quem pensa em estudar fora do Brasil, ele deixa algumas dicas: “Planeje bem! Escolha uma escola que combine com você, escolha a moradia mais adequada aos seus objetivos, pense se você quer voltar ou não, e não deixe de avaliar se tudo isso se encaixa com o seu nível de maturidade no momento, pois é ele quem vai ditar as escolhas que você vai fazer quando estiver de intercâmbio”, conclui.

Quer entender um pouco melhor o conceito de boarding school? Confira nosso artigo detalhando as diferenças entre esse tipo de hospedagem e as casas de família.

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