Marcos Marinho conta sua experiência de intercâmbio na Escócia

intercâmbio na Escócia

O administrador de empresas e servidor público Marcos Epaminondas de Vasconcelos Marinho, 52 anos, conseguiu realizar, em 2017, o sonho antigo de fazer intercâmbio na Escócia. Conversamos com Marcos sobre a experiência e, o relato apaixonado, evidencia que a escolha foi a melhor que ele poderia fazer.

Confira como foram os dia do administrador em seu intercâmbio na Escócia.

Intercâmbio na Escócia

Porque você decidiu fazer intercâmbio?

Realizar um intercâmbio sempre esteve dentre os meus projetos. A vida atribulada, trabalho e família, me fizeram postergar este desejo, guardado desde a minha juventude. Vivi por anos, muitos olhos e muitos relatos, as experiências inesquecíveis daqueles que estiveram em terras estrangeiras, o que nutria a cada dia a minha vontade.

Neste ano, 2017, em razão do equilíbrio familiar que tenho, bem como da possibilidade de me ausentar por mais tempo do Brasil, decidi conciliar um período somente meu para aprimoramento da língua inglesa, aliado a oportunidade de férias mais longas.

Porque escolheu a Escócia?

A decisão de ir para a Escócia foi tranquila, auto sugestiva e bastante natural. A atração por aquele “estranho” país de kilts e bagpipes, somadas a outros fatores como cultura, geografia e clima, conduziram minha escolha. Outro aspecto que cativou minha decisão foi o grau de dificuldade e pluralidade da língua oficial. A Escócia tem como idioma o inglês, contudo, é muito claro que na base e, principalmente no seu cotidiano, a junção de ramificações germânicas e gaélicas que compõem o Scots, tornam-a uma das mais difíceis dicções do mundo.

Em qual escola estudou? E qual foi o seu tipo de hospedagem?

Com destino definido e com o apoio primordial da agência Intervip, através da singular, dinâmica e afetuosa Andrea, fui conduzido a cidade de Edinburgh, tendo como diretriz de estudo a escola Basil Paterson English.

Sobre a minha estadia, buscando uma maior interação e, principalmente, com a ideia de me sentir integrado à cidade, escolhi ficar em casa de família. Senti-me profundamente confortável e acolhido, no local onde convivi com o amável casal Jessie e Alex por longas e inesquecíveis quatro semanas. Em alguns momentos, em razão da forma que fui acolhido, houve uma mistura de sentimentos. Me vi como um irmão, amigo e até filho daquele singular casal. Soma-se a tudo isso o conforto com a casa e sua situação geográfica, condicionante de uma fantástica cidade.

Como é fazer intercâmbio no Escócia?

Fazer intercâmbio na Escócia foi uma experiência indescritível. Aquele país, no primeiro momento incógnito, de pessoas com cabelos coloridos e roupas singulares, independente de suas idades, revelou-se um lugar com a mais pura essência de plenitude de vida social, econômica e cultural.

Como disse acima, a felicidade de poder viver de forma intensa Edinburgh torna-se impossível de condensar em poucas frases. Seguindo a sugestão da agente Andrea, a escolha do mês de agosto potencializou o grande prazer vivido. Nesta data, acontece o Festival Fringie. Considerado o maior evento de cultura do planeta, realizado ao longo de todo o mês, a cidade muda suas cores, se é que tem como mudar seu intenso brilho iluminando. O calor toma conta, em razão da estação e, principalmente, o calor dos Edinburgers, que recepcionam mais que o dobro de sua população ao longo de todo o mês.

Uma verdadeira torre de babel é vivenciada. Pessoas de todas as partes do planeta convivem em plena harmonia, misturando sorrisos e simpatias, tutelados por uma sociedade que tem a fama de ser “excessivamente” educada. Pedir desculpas por simples atos, até que não afetam o nosso ir e vir, é rotineiro e natural. Em Edinburgh, tive o prazer e o sentir a vida em sociedade na sua essência, com uma conduta de cada nativo ou turista “conspirando para o bem”.

Conseguiu viajar para outros lugares durante o intercâmbio?

Válido registrar que no planejamento de viagem vislumbrava a possibilidade de visitar outras regiões e/ou cidades como o Norte daquele país, suas belas terras altas e singulares lagos. Passar os meus finais de semana descobrindo novos núcleos culturais em Edinburgh, me aguçava a memória, principalmente, em ambientes que a arquitetura remetia a lugares seculares. Contudo, toda a expectativa não passou de projeto. Decerto que, em dois sábados, visitei o interior da Escócia, conhecendo e visitando alguns lagos e castelos, em turismo de único dia. Intrigados, vários amigos me perguntaram o que me motivou a mudança de planos. E a resposta foi simples: Edinburgh. Naquela cidade, como dito, descobri várias escócias. A cada dia de passeio, novos cenários revelavam-se aos meus olhos como uma perfeita fotografia capturada por uma Leica. Foi fascinante descobrir verdadeiras reservas naturais com rios limpos, plantas e animais perfeitamente integrados ao ambiente, jardim perfeitos, campos de golfe e quadras esportivas publicas, em equilíbrio total e milimétrico dentro do circulo central da cidade, isso para não falar dos ambientes satélites, ambientes de residentes. Felizes residentes!

Quais foram os seus passeios preferidos?

Posso afirmar de forma convicta que, os melhores passeios, os mais belos cenários, as mais belas experiências foram realizadas dentro da própria cidade que escolhi. Seria leviano de a minha parte, inclusive, falar em dicas para vivenciar em Edinburgh. Minhas sugestões seriam vagas e pouco pertinentes, pois todas as pessoas que passam por ali constroem, a seu modo, um glossário de belas e inesquecíveis experiências, bagagem que irão levar para sempre nas suas vidas.

Gostaria muito que toda a experiência que vivi em Edinburgh pudesse ser compartilhada. Não foi somente a cidade, seus residentes, sua estrutura, seu clima e o singular Fringe. Tudo traduz em viagem perfeita a qualquer pessoa que tem por objetivo viver intensamente. Com um acervo de aproximados dois mil registros – fotos e vídeos – tento transmitir a todos, familiares, amigos e colegas de trabalho o que é a Escócia. O resultado é um pouco frustrante, pois, o maior tesouro que pude conquistar está na pele, nos sentidos que o corpo e alma podem absolver, intangíveis e inesquecíveis. Ver os registros oxigenam minha alma de alegria e bem-estar por ter tido a grande oportunidade de viver a e na Escócia.

O que achou mais difícil ao fazer intercâmbio?

Se posso dizer que houve algum momento de dificuldade, diria dois, o que vale uma explicação: Na primeira semana de intercâmbio, o momento de descobertas que brinco chamar de “Turismão”. É um período de muitas novidades, conhecer lugares e pessoas com voracidade de quem tem tempo curto na cidade. Já a segunda semana é uma época de sentir os primeiros momentos de integração, de notar-se começando a fazer parte do meio, contudo é um período em que a falta da família pesa na memória, traduzindo por solidão. Nesta fase, tive uma primordial ajuda da Basil Paterson. Com uma bagagem daqueles que vivenciaram rotineiramente o mesmo problema, eles trouxeram-me conforto, levando-me a fazer muito turismo monitorado com outros alunos na mesma situação. A atitude teve sucesso imediato.

E quais foram os seus melhores momentos?

A terceira semana foi, sem dúvidas, a melhor delas. Estive totalmente adaptado à cidade. Integrando-me aos nativos, busquei conhecer e vivenciar suas rotinas, ponto fundamental para quem vive ou passa por Edinburgh. Foi uma fase de muita socialização com os colegas de escola, intercambistas do mundo todo. Naquele momento, todos estavam com os mesmos anseios de conquista e conhecimento. Foram encontros extremamente ricos, ladeados com um universo de atrações, de rua e em teatros. Estas ações, também incentivadas pela escola, apresentaram-se como uma rica ferramenta de aprendizagem, consolidando todo o conhecimento obtido em sala de aula.

Voltando a pergunta anterior, a quarta semana, aos meus olhos, foi tão difícil quanto a segunda. Quando se iniciou a semana, deparei com um misto de alegria por regressar à família, mas uma angustia e, porque não falar, em saudade prematura de deixar a cidade. Cada dia que passou naquele último período, para mim, foi como o ultimo daquela época. Entender como não passível viver aquela rotina, ter a companhia daquela singular família, dos amigos conquistados, enfim, do universo chamado Edinburgh foi, certamente, uma grande conquista, e, ao mesmo tempo, uma grande perda.

No final da quarta semana, minha esposa e filha chegaram para me buscar. Vivemos, juntos ali por mais cinco dias. Tentei, de forma bem singela, mostrar a elas a beleza daquela cidade e seu povo, Regressar a família natural, à minha casa, os amigos e rotina do Brasil, trouxe-me uma certa “ressaca”, que foi apaziguada pela felicidade de estar próximo da minha filha e esposa novamente.

Pretende fazer outro intercâmbio?

Decerto que, em razão da experiência ora relatada, novos projetos estão aguçando minha memória mas, independente do destino, como a região da Escandinávia e Nova Zelândia, todos os caminhos passarão pela Escócia.

O que você diria para àqueles que sonham em fazer intercâmbio na Escócia?

Sugiro e incentivo, a todos a quem tenho a oportunidade de falar sobre minha experiência, que visitem a Escócia, lugar de pessoas agradáveis, cidades cosmopolitas e, ao mesmo tempo, familiares. O estilo de vida único. Todos devem ali pousar com a mente aberta, sem qualquer expectativa ou fotografia da cidade. As surpresas, os prazeres e a alegria certamente os contaminarão.

Para finalizar meu registro, ressalto que o que vivi foi tão intenso que, em decisão familiar após o nosso retorno, será em Edinburgh que iremos, em breve, residir, podendo usufruir de forma completa o real sentido de sociedade e vida saudável.

Depois deste belo relato, fica impossível não querer conhecer a Escócia certo? Se ainda te resta alguma dúvida, confira seis motivos pelos quais valer a pena fazer intercâmbio no país.

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